Simplório, se ignorarmos o fato de que aceitar o sentimento é tão árduo quanto reconhece-lo, tendo a consciencia de que há um limite ténue entre dois extremos, principalmente ao tratar do que sentimos, o ódio e o amor, por exemplo são facilmente confundidos.
O processo de reconhecimento do sentimento é complexo simplesmente porque o consciente só expõe o sentimento polido, que passa pelo subjugo da razão e da reflexão humana, esta é guiada pelos estereótipos propostos pela sociedade e pelo ego, deixando no subconsciente o rudimentar, que ainda não foi afetado pela censura.
Os sentimentos e também os pensamentos não são genericamente livres, já que os pensamentos, assim como os sentimentos tendem a passar por uma seleção do consciente por meio de censuras e logo, os sentimentos são regidos pelos pensamentos.
Por fim não é mais possivel ser dono de si mesmo por completo, você é movido a padrões e lições externas que invalidam sua real essência, tendo que cumprir exigências e censuras que você mesmo estipulou,que ironia, para não fugir a realidade em que vive. Torna-se movido a padrões sociais; movido a razão, deixando de agir por impulso, deixando de valorizar o seu rudimentar, a intuição inerente.
Há quem diga que ao nos afastarmos de nossa herança primitiva estamos nos tornando mais civilizados, o que pra muitos retoma a idéia de evolução, mas o que de fato não avaliamos, é a perda não só do instinto como também o ganho de um vazio e mecânico que criamos, não pensamos por nós, não sentimos por nós, adaptamos e apropriamos os sentimentos e pensamentos pré-existentes para nos moldarmos ao padrão.
No entanto, é por esta libertação que invejo os poetas, estes não se apropriam, transformam a matéria bruta sem perder a essência.
texto e imagem por Tatyana Elia
Parabéns!!
ResponderExcluirO texto ficou excelente, e particularmente adorei o modo como o tema foi abordado.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirvítimas da lógica, que a cada dia encastelamos com a razão viciada, somos ou títeres estúpidos, ou loucos, somos, enfim, dois lados de uma só face.
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